Esperávamos que no século XXI os jovens fossem solidários, empreendedores e amassem a arte de pensar. Mas muitos vivem alienados, não pensam no futuro, não têm garra e projetos de vida. Imaginávamos que, pelo fato de aprendermos línguas na escola e vivermos esprimidos nos elevadores, no local de trabalho e nos clubes, a solidão seria resolvida. Mas as pessoas não aprenderam a falar de si mesmas, têm medo de se expor, vivem represadas em seu próprio mundo. PAIS E FILHOS VIVEM ILHADOS, RARAMENTE CHORAM JUNTOS E COMENTAM SOBRE SEUS SONHOS, MÁGOAS, ALEGRIAS, FRUSTRAÇÕES.
Na escola, a situação é pior. Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula, mas são estranhos uns para os outros. Eles se escondem atrás dos livros, das apostilas, dos computadores. A culpa é dos ilustres professores? Não! A culpa é dos sistema educacional doentio que se arrasta por séculos.
As crianças e os jovens aprendem a lidar com fatos lógicos, mas não sabem lidar com fracassos e falhas. Aprendem a resolver problemas matemáticos, mas não sabem resolver seus problemas existenciais. São treinados para fazer cálculos e acertá-los, mas a vida é cheia de contradições, as questões emocionais não podem ser calculadas, nem têm conta exata.
Os jovens são preparados para lidar com decepções? Não! Eles são treinados apenas para o sucesso. Viver sem problemas é impossível. O sofrimento nos contrói ou nos destrói. Devemos usar o sofrimento para construir a sabedoria. Mas quem se importa com a sabedoria na era da informática?
Nossa geração produziu informações que nenhuma outra produziu, mas não sabemos o que fazer com elas. Raramente usamos essas informações para expandir nossa qualidade de vida. Você faz coisas fora da sua agenda que lhe dão prazer? Você procura administrar seus pensamentos para ter um mente mais tranqüila? NÓS NOS TORNAMOS MÁQUINAS DE TRABALHAR E ESTAMOS TRANSFORMANDO NOSSAS CRIANÇAS EM MÁQUINAS DE APRENDER.
Augusto Cury
quarta-feira, 2 de julho de 2008
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